Geração de Campeões

Sou sócio do Sporting Clube de Portugal nº 37.499, desde o ano 2000. Já tinha sido sócio anteriormente mas com a proposta do Presidente Santana Lopes em instituir uma quota extraordinária, deixei de pagar. Era estudante na altura e não havia dinheiro para tudo. Quando comecei a trabalhar e a ganhar um ordenado, voltei a ser sócio.

Vou à bola desde finais dos anos 80. Lembro-me que falsificava o cartão de sócio do meu irmão, colando uma fotografia minha para poder entrar sem pagar. As minhas memórias mais frescas remontam já à época do grande Marinho Peres. Julgo que não faltei a nenhum jogo em casa nessa época e ainda fui ver vários jogos fora, Antas incluído. Derrota por 2-0 trouxe-nos logo à realidade! A partir daí, ir à bola tornou-se um hábito difícil de largar, quer no meio da Juve Leo, quer na bancada lateral junto à Superior Sul do antigo Alvalade.

Recordações são muitas: o Oceano a chutar para a bancada naquela meia-final da UEFA em casa, a queda da protecção do corredor por baixo da Bancada Sul, os festejos do campeonato em 2000, os 7-0 ao Timisoara... eu sei lá!

Destes anos mais recentes, coisas boas e menos boas.

Escrevi há algumas semanas o manifesto "Quero o Sporting de Volta", procurando desenvolver 10 ideias simples mas fundamentais para que o Sporting volte a ser grande.

Olhando para trás e analisando a situação friamente, parece-me sinceramente que o Sporting necessita de uma nova geração directiva. É necessário gente nova, criativa, com novas ideias, um novo espírito. Precisamos de refundar o Clube com uma nova cultura: exigência, esforço, profissionalismo, liderança, gestão desportiva e financeira. Ganhar, ganhar sempre tem de ser um desejo, quase uma obrigação! Ninguém pode ficar contente nem mesmo resignado em não ganhar. Seja contra uma equipa mais acessível, seja contra um grande clube europeu.

É responsabilidade das próximas gerações directivas garantir a sustentabilidade do Clube. Temos mais de 100 anos de história e temos de trabalhar para garantir outros tantos anos de glória. E não pode chegar ter como objectivo ser campeão na época seguinte. Definitivamente, teremos de implementar uma cultura que nos permita ser campeões de forma sustentada e continuada, época após época.

Naturalmente, isso significará não ser campeão a qualquer custo na próxima época. Será um trabalho duro, longo, moroso mas assente numa estratégia bem definida e sustentada, alicercada em dois elementos que considero fundamentais: os sócios e adeptos e o ecletismo do Sporting!

Este espaço pretende ser um aprofundar desse manifesto, procurando também novas ideias que potenciem o nosso grande Clube.

VIVA O SPORTING!

Gonçalo Nascimento Rodrigues
Sócio nº 37.499